THE MIST - 2008. DE FRANK DARABONT, COM THOMAS JANE, MARCIA GAY HARDEN, TOBY JONES, GÊNERO TERROR
Entender a excêntrica mente de Stephen King não é para qualquer diretor. Ali povoam cães assassinos, carros (!) assassinos, hotéis (!!) assassinos, zumbis assassinos... Enfim! Porém, dessa mesma cabeça "assassina" saíram algumas obras belíssimas: sobre a capacidade de um ser humano confrontar todas as adversidades em prol da verdade (Um Sonho de Liberdade), ou como é possível se redimir e arrepender-se ante os erros cometidos (À Espera de Um Milgare). Curiosamente, as duas obras mais tocantes do mestre do terror foram adaptadas para o cinema pelo bom Frank Darabont que, em sua primeira investida no lado macabro do escritor, não decepciona, mas fica bem aquém dos resultados anteriores.
A trama que dá corpo a O Nevoeiro é simples: moradores de uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos ficam presos no supermercado local quando uma estranha neblina forma-se na região. Conhecendo King, fica fácil adivinhar o que se esconde no denso nevoeiro: o terror absoluto sob a forma de... Bem... Deixa quieto. Inverossímil e besta em alguns momentos (até para os padrões Stephen King), a história tem seus pontos altos apoiados no excelente elenco liderado por um esforçado Thomas Jane (O Apanhador de Sonhos) preocupado em acalmar a multidão em polvorosa e, principalmente, o filho pequeno. O grande ímã do filme, no entanto, é a fanática religiosa vivida pela oscarizada Marcia Gay Harden (Sobre Meninos e Lobos). Irritante ao cubo, ela apavora seus companheiros de confinamento proferindo passagens bíblicas que remetem ao apocalipse. Ao afirmar que tudo aquilo é "vontade de Deus", ela ganha seguidores e o caos instala-se definitivamente.
Mesmo que não inspire o terror de outros clássicos de King (O Iluminado, O Cemitério Maldito, Carrie - A Estranha), O Nevoeiro consegue passar ao espectador uma incômoda e crescente sensação de aflição e agonia, sobretudo por mostrar as diferentes reações de várias pessoas em relação ao mesmo fato. A abordagem é tão psicológica que alguns personagens provocam um medo muito maior do que os (infelizes, diga-se) seres que habitam a névoa. Tecnicamente bem filmado e bem acabado, o longa tem nos momentos lisérgicos suas falhas mais graves, mas acerta quando resolve usar a situação para esmiuçar as mais podres facetas humanas, e se salva (e bem!) no final. Talvez desde O Sexto Sentido não se via um epílogo tão desconcertante. Parece até um pedido de desculpas do próprio Stephen King por um enredo cujo elemento aterrorizante simplesmente não aterroriza. Tudo bem Stephen! Você está desculpado!
NOTA 7,5
Entender a excêntrica mente de Stephen King não é para qualquer diretor. Ali povoam cães assassinos, carros (!) assassinos, hotéis (!!) assassinos, zumbis assassinos... Enfim! Porém, dessa mesma cabeça "assassina" saíram algumas obras belíssimas: sobre a capacidade de um ser humano confrontar todas as adversidades em prol da verdade (Um Sonho de Liberdade), ou como é possível se redimir e arrepender-se ante os erros cometidos (À Espera de Um Milgare). Curiosamente, as duas obras mais tocantes do mestre do terror foram adaptadas para o cinema pelo bom Frank Darabont que, em sua primeira investida no lado macabro do escritor, não decepciona, mas fica bem aquém dos resultados anteriores.
A trama que dá corpo a O Nevoeiro é simples: moradores de uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos ficam presos no supermercado local quando uma estranha neblina forma-se na região. Conhecendo King, fica fácil adivinhar o que se esconde no denso nevoeiro: o terror absoluto sob a forma de... Bem... Deixa quieto. Inverossímil e besta em alguns momentos (até para os padrões Stephen King), a história tem seus pontos altos apoiados no excelente elenco liderado por um esforçado Thomas Jane (O Apanhador de Sonhos) preocupado em acalmar a multidão em polvorosa e, principalmente, o filho pequeno. O grande ímã do filme, no entanto, é a fanática religiosa vivida pela oscarizada Marcia Gay Harden (Sobre Meninos e Lobos). Irritante ao cubo, ela apavora seus companheiros de confinamento proferindo passagens bíblicas que remetem ao apocalipse. Ao afirmar que tudo aquilo é "vontade de Deus", ela ganha seguidores e o caos instala-se definitivamente.
Mesmo que não inspire o terror de outros clássicos de King (O Iluminado, O Cemitério Maldito, Carrie - A Estranha), O Nevoeiro consegue passar ao espectador uma incômoda e crescente sensação de aflição e agonia, sobretudo por mostrar as diferentes reações de várias pessoas em relação ao mesmo fato. A abordagem é tão psicológica que alguns personagens provocam um medo muito maior do que os (infelizes, diga-se) seres que habitam a névoa. Tecnicamente bem filmado e bem acabado, o longa tem nos momentos lisérgicos suas falhas mais graves, mas acerta quando resolve usar a situação para esmiuçar as mais podres facetas humanas, e se salva (e bem!) no final. Talvez desde O Sexto Sentido não se via um epílogo tão desconcertante. Parece até um pedido de desculpas do próprio Stephen King por um enredo cujo elemento aterrorizante simplesmente não aterroriza. Tudo bem Stephen! Você está desculpado!
NOTA 7,5
Um comentário:
adorei o post, é bem melhor assistir com um pouco de dúvida sobre o "teor" do filme...
beijus, amu voce.........
Postar um comentário