quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"Tententender" eles...

Amantes da boa música, preparem-se! Dois lendários do cenário rock gaúcho finalmente se unem para formar um Duo. Não, não é uma dupla sertaneja é um Duo! O título, não se assute, é apenas o nome de uma das faixas,inteligentemente elaborada e que está no projeto. Bom, chega de enrolação e suspense. Mito do rock gaúcho e conhecido como poeta da música, um deles é Humberto Gessinger, líder dos Engenheiros do Hawaii. O outro, com um currículo bastante invejável é Duca Leindecker vocalista da banda Cidadão Quem. Ah, sim, o nome, já ia esquecendo..."Pouca Vogal".
Ok, vamos a um pouco de história então. A Engenheiros do Hawaii formada em 1985 é talvez a banda gaúcha mais conhecida Brasil a fora. Com 18 albúns lançados e 5 DVDs não há quem nunca tenho se deliciado com alguma canção de Gessinger como "Infinita Highway", "Pra ser Sincero" ou "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones". A caçula, e não menos conhecida, Cidadão Quem foi formada por Duca em 1990. Com um DVD Acústico gravado no Theatro São Pedro e outros sete discos(o último recebe o título de "7") a banda dos Leindecker(Duca e seu irmão) já passou por poucas e boas, diga-se o trágfico episódio com o baterista Cau Hafner que morreu durante um salto de pára-quedas e que mais tarde ganhou de seus companheiros a música"Jimi". "Dia especial", "Pinhal" e "O amanha colorido" são apenas alguns dos hits da banda que permanecem até os dias de hoje.
Bom, o projeto, sim..o projeto foi uma idéia dos dois amigos que ja haviam participado de alguns trabalhos juntos. Com uma "pausa" nas duas bandas, a dupla compôs músicas novas em parceria.
O novo trabalho foi lançado no dia 11 de Setembro, contendo oito canções e já conta com uma bela agenda de shows. O resultado de tudo isso é um trabalho maduro, simples e em tons minimais, cantado e tocado com emoção por dois grandes músicos que resolveram juntar idéias e tocar algumas canções. Além disso, a cidade de Santa Maria recebe Duca e Gessinger no próximo dia 6 de Novembro no salão Nobre do clube Dores. Quem ficou com água na boca e já quer ir ensaiando as novas canções para cantar durante o show pode fazer o donwload gratuito (outra inovação que a dupla traz) de todas elas no próprio site da Pouca Vogal, o endereço é www.poucavogal.com.br

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olhar da rua


Há pessoas que dizem pensar na vida quando colocam a cabeça no travesseiro. Comigo não é assim. Tenho uma grande intimidade com a rua, vejo nela tudo o que sou ou o que podia ser.
Caminhando devagar, apenas para observar os elementos que compõem a rua, noto como começaram as casas e lojas. Porém o que me chama atenção é que a rua não é tão bela quanto os poetas declamavam em suas belas prosas. A rua é o espelho do homem. Cada traço, cada curva, cada esquina, cada calçada, cada buraco, cada voz estridente a soar em nossos ouvidos foi causada por nós mesmos. Posso estar equivocada, mas entendo que a rua não é o lugar ideal de lar para famílias e nem o ambiente certo de educar cidadãos.
Quando passo pelas crianças, nas ruas, eu vejo os dois lados da realidade. De um lado filhos e mães de mãos dadas, passeando e os filhos sorrindo, sorrindo talvez por terem recebido um brinquedo que almejavam, ou quem sabe apenas por terem ali, ao seu lado, alguém para chamar de mãe. Do outro lado da rua, ao invés de mãos dadas, eu vejo pequenas mãos estendidas, estendidas e sujas da própria rua pedindo dinheiro e muitas vezes só um pouco de feijão e óleo, para que as outras pequeninas mãos que esperam em casa possam ter, assim, uma refeição digna.
Eu olho para trás e percebo que a rua não é apenas um cenário para as ações humanas. A rua é casa, é escola, é ambiente de trabalho e acima de tudo é conselheira. Talvez ela até possa nos mostrar o certo e o errado, e nós como bons humanos preferimos não enxergar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CINCO DIAS DE TEATRO


Mesmo com os problemas, o festival foi realizado.



Neste ano o Festival Santa Cena , em sua sétima edição terá cinco dias ao invés dos tradicionais dez que teve nas outras edições. Devido a problemas com a captação de recursos da Lei de Incentivo a Cultura (LIC), a verba diminuiu. O evento não contou também com as tradicionais palestras, oficinas e exposições com a temática do festival.

Portanto, o Santa Cena não deixou de ser realizado devido ao empenho dos grupos e atores locais. Mesmo sem cachê, o público lotou o Theatro Treze de Maio. Os doze grupos teatrais emocionaram o público. A única exceção foi o espetáculo "Volta-Revolta", do grupo Saca-Rolhas Teatro e Cia. que foi encenado no Largo da Biblioteca Municipal Henrique Bastide.

O Santa Cena foi idealizado pela Associação dos Profissionais de Artes Cênicas (Aspac) e sua primeira edição foi em 2002. Um festival criado com o intuito de incentivar a produção teatral, revelar talentos e formar platéias para a arte.

No encerramento do festival, na ultima quarta-feira, o Secretário da Cultura de Santa Maria, José Zanella, falou sobre os problemas. “Quero lembrar o que eu disse na abertura do Festival, e que é uma das prioridades enquanto estivermos na secretaria. Nós temos agora a apresentação dos projetos da Lei de Incentivo a Cultura, e para este ano foi aprovado um valor e não foi possível a sua captação. Quero pedir aqui que para o próximo ano apresentem o projeto para o Festival Santa Cena que a captação de recursos será garantida", afirma Zanela.



Por Leandro Passos Rodrigues

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Em DVD: O NEVOEIRO


THE MIST - 2008. DE FRANK DARABONT, COM THOMAS JANE, MARCIA GAY HARDEN, TOBY JONES, GÊNERO TERROR

Entender a excêntrica mente de Stephen King não é para qualquer diretor. Ali povoam cães assassinos, carros (!) assassinos, hotéis (!!) assassinos, zumbis assassinos... Enfim! Porém, dessa mesma cabeça "assassina" saíram algumas obras belíssimas: sobre a capacidade de um ser humano confrontar todas as adversidades em prol da verdade (Um Sonho de Liberdade), ou como é possível se redimir e arrepe
nder-se ante os erros cometidos (À Espera de Um Milgare). Curiosamente, as duas obras mais tocantes do mestre do terror foram adaptadas para o cinema pelo bom Frank Darabont que, em sua primeira investida no lado macabro do escritor, não decepciona, mas fica bem aquém dos resultados anteriores.
A trama que dá corpo a O Nevoeiro é simples: moradores de uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos ficam presos no supermercado local quando uma estranha neblina forma-se na região. Conhecendo King, fica fácil adivinhar o que se esconde no denso nevoeiro: o terror absoluto sob a forma de... Bem... Deixa quieto. Inverossímil e besta em alguns momentos (até para os padrões Stephen King), a história tem seus pontos altos apoiados no excelente elenco liderado por um esforçado Thomas Jane (O Apanhador de Sonhos) preocupado em acalmar a multidão em polvorosa e, principalmente, o filho pequeno. O grande ímã do filme, no entanto, é a fanática religiosa vivida pela oscarizada Marcia Gay Harden (Sobre Meninos e Lobos). Irritante ao cubo, ela apavora seus companheiros de confinamento proferindo passagens bíblicas que remetem ao apocalipse. Ao afirmar que tudo aquilo é "vontade de Deus", ela ganha seguidores e o caos instala-se definitivamente.
Mesmo que não inspire o terror de outros clássicos de King (O Iluminado, O Cemitério Maldito, Carrie - A Estranha), O Nevoeiro consegue passar ao espectador uma incômoda e crescente sensação de aflição e agonia, sobretudo por mostrar as diferentes reações de várias pessoas em relação ao mesmo fato. A abordagem é tão psicológica que alguns personagens provocam um medo muito maior do que os (infelizes, diga-se) seres que habitam a névoa. Tecnicamente bem filmado e bem acabado, o longa tem nos momentos lisérgicos suas falhas mais graves, mas acerta quando resolve usar a situação para esmiuçar as mais podres facetas humanas, e se salva (e bem!) no final. Talvez desde O Sexto Sentido não se via um epílogo tão desconcertante. Parece até um pedido de desculpas do próprio Stephen King por um enredo cujo elemento aterrorizante simplesmente não aterroriza. Tudo bem Stephen! Você está desculpado!

NOTA 7,5