DE MARC FROSTER, COM DANIEL CRAIG, OLGA KURYLENKO, MATHIEU AMALRIC, JUDI DENCH, GIANCARLO GIANNINI, GÊNERO AÇÃO
É simples: se você gostou de Cassino Royale, certamente Quantum Of Solace o agradará. Se não gostou, azar o seu. A nova aventura do espião mais famoso do planeta chega envolta em expectativas tanto de fãs quanto de quem não apreciava James Bond antes do longa de 2006.
Reinventar o agente da Coroa não foi tarefa das mais fáceis. Como tirar de Bond tudo aquilo que o tornava diferente, que o fazia ser... Bond!? A ausência de absurdos inverossímeis em Cassino Royale (sim, os absurdos verossímeis continuam) trouxe 007 para o século XXI. Nada de traquitanas e bugigangas criadas pelo setor "Q". O novo Bond prefere sair no braço mesmo! Como era de se esperar, o personagem ganhou uma imensa leva de novos fãs, cada vez mais ávidos por filmes de "pancadaria com história" (como bem provou a recente trilogia Bourne, protagonizada por Matt Damon).
A essência de Quantum Of Solace, vigésimo segundo episódio da série, assemelha-se bastante a de seu antecessor. O grande diferencial, no entanto, foi a idéia dos roteiristas Neal Purvis, Robert Wade e Paul Haggis em fazer deste projeto uma seqüência direta de Cassino Royale (algo inédito na franquia até então), em vista das muitas pontas soltas deixadas: o que houve com o traidor Mathis? Quem é o misterioso namorado de Vesper? E o tal Sr. White, que surge somente no epílogo da trama? Tudo começa a ser esclarecido ainda no início da nova história.
E quanto as dúvidas de que Daniel Craig não seria o 007 ideal? Se no longa anterior ele já mostrou um esforço sobrenatural, em Quantum Of Solace ele dissipa qualquer desconfiança que alguma viúva de Pierce Brosnan possa ter. Carrancudo e munido da fina e típica ironia inglesa, ele duela com a dama Judi Dench (novamente no papel de "M" e perfeita como sempre) em diálogos ácidos e inspiradíssimos.
Abusando de uma geografia razoavelmente confusa, o novo Bond é o mais curto da história (107 minutos). Entre os tradicionais elementos "bondianos", como as velozes perseguições automobilísticas, o 007 de Craig começa a ganhar os contornos míticos do agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming: a vodca batida, o smoking que lhe cai como uma luva, as (poucas, é verdade) mulheres que derretem-se por seu charme, além de algumas sutis homenagens a clássicos do passado, como 007 Contra Goldfinger (1964) e 007 - O Espião Que Me Amava (1977).
Mesmo que coloque o início no fim (assista e entenderá), a nova investida do diretor Marc Froster (escolha infeliz, diga-se) faz jus à espera. Falta a tensão de Cassino Royale e uma bondgirl mais interessante, mas as muitas cenas de ação conseguem suprir os defeitos de uma narrativa correta, porém pouco ispirada. Provavelmente, daqui a exatos dois anos, Bond estará chamando a atenção mais uma vez, surrando vilões maquiavélicos, beijando mocinhas, pilotando carrões, bebendo muito (ele NUNCA fica bêbado)... Espera aí! Vale a pena ir ao cinema para assistir a essa enxurrada de clichês? Vale, sim. Se alguém, em toda Hollywood, pode se repetir à exaustão e, mesmo assim, encantar como se fosse a primeira vez, esse alguém é (desculpem, é inevitável) Bond, James Bond! - Fotos: divulgação.
NOTA 8
Reinventar o agente da Coroa não foi tarefa das mais fáceis. Como tirar de Bond tudo aquilo que o tornava diferente, que o fazia ser... Bond!? A ausência de absurdos inverossímeis em Cassino Royale (sim, os absurdos verossímeis continuam) trouxe 007 para o século XXI. Nada de traquitanas e bugigangas criadas pelo setor "Q". O novo Bond prefere sair no braço mesmo! Como era de se esperar, o personagem ganhou uma imensa leva de novos fãs, cada vez mais ávidos por filmes de "pancadaria com história" (como bem provou a recente trilogia Bourne, protagonizada por Matt Damon).
A essência de Quantum Of Solace, vigésimo segundo episódio da série, assemelha-se bastante a de seu antecessor. O grande diferencial, no entanto, foi a idéia dos roteiristas Neal Purvis, Robert Wade e Paul Haggis em fazer deste projeto uma seqüência direta de Cassino Royale (algo inédito na franquia até então), em vista das muitas pontas soltas deixadas: o que houve com o traidor Mathis? Quem é o misterioso namorado de Vesper? E o tal Sr. White, que surge somente no epílogo da trama? Tudo começa a ser esclarecido ainda no início da nova história.
E quanto as dúvidas de que Daniel Craig não seria o 007 ideal? Se no longa anterior ele já mostrou um esforço sobrenatural, em Quantum Of Solace ele dissipa qualquer desconfiança que alguma viúva de Pierce Brosnan possa ter. Carrancudo e munido da fina e típica ironia inglesa, ele duela com a dama Judi Dench (novamente no papel de "M" e perfeita como sempre) em diálogos ácidos e inspiradíssimos.
Abusando de uma geografia razoavelmente confusa, o novo Bond é o mais curto da história (107 minutos). Entre os tradicionais elementos "bondianos", como as velozes perseguições automobilísticas, o 007 de Craig começa a ganhar os contornos míticos do agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming: a vodca batida, o smoking que lhe cai como uma luva, as (poucas, é verdade) mulheres que derretem-se por seu charme, além de algumas sutis homenagens a clássicos do passado, como 007 Contra Goldfinger (1964) e 007 - O Espião Que Me Amava (1977).
Mesmo que coloque o início no fim (assista e entenderá), a nova investida do diretor Marc Froster (escolha infeliz, diga-se) faz jus à espera. Falta a tensão de Cassino Royale e uma bondgirl mais interessante, mas as muitas cenas de ação conseguem suprir os defeitos de uma narrativa correta, porém pouco ispirada. Provavelmente, daqui a exatos dois anos, Bond estará chamando a atenção mais uma vez, surrando vilões maquiavélicos, beijando mocinhas, pilotando carrões, bebendo muito (ele NUNCA fica bêbado)... Espera aí! Vale a pena ir ao cinema para assistir a essa enxurrada de clichês? Vale, sim. Se alguém, em toda Hollywood, pode se repetir à exaustão e, mesmo assim, encantar como se fosse a primeira vez, esse alguém é (desculpem, é inevitável) Bond, James Bond! - Fotos: divulgação.
NOTA 8
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